Mariyah, 15 anos: A detenta mais jovem nas prisões egípcias

Memo. A aliança que apóia o presidente egípcio eleito Mohammed Morsi considerou o veredito emitido quinta-feira, 6 de fevereiro contra uma estudante de 15 anos, que a condenou a um ano de prisão, como “um exemplo de opressão e injustiça, realizado pelo golpe de estado militar em nome da lei. “

O tribunal de menores da governadoria de Dakahlia (no delta do Nilo) emitiu o veredito quinta-feira contra uma estudante de 15 anos, Mariyah Al-Metwalli Samaha, condenando a jovem a um ano de prisão e uma multa de 20 mil libras egípcias (cerca de 2.800 dólares) sob a acusação de posse de folhetos com o sinal da Rabaa enquanto participava de um comício em apoio ao presidente Morsi.

O procedimento penal acusa a jovem de incitamento à revolta, de ser um membro de um grupo de foras da lei (a Irmandade Muçulmana) e de manifestações sem permissão. Seu caso foi transferido para o juizado de menores, de acordo com relatos de fontes legais.

Após a emissão do veredito, Mariyah tornou-se a mais jovem egípcia condenada à prisão por causa de sua participação nos protestos que se opõem às autoridades militares.

Em um comunicado divulgado pela Aliança, o veredito contra a estudante é descrito como “rígido e uma vergonha para o judiciário egípcio”, que acrescenta que “esses julgamentos só vão aumentar a determinação do povo egípcio, na tentativa de opor-se ao golpe de estado “.

Segundo fontes judiciais, o veredito emitido pelo tribunal de menores de Dakahlia está sujeito a recurso, ação prevista pelo advogado da jovem.

Vale ressaltar que o tribunal egípcio da cidade de Alexandria havia já emitido uma sentença que condenou 14 jovens favoráveis a Morsi a 11 anos e um mês de prisão em novembro passado, bem como a pena de reclusão contra outras sete jovens, devido ao fato de serem abaixo da idade legal de 18 anos, acusações que, de acordo com observadores e ativistas eram infundadas.

Naquela época, a decisão havia suscitado fortes críticas da parte das organizações locais e internacionais de direitos humanos, antes que a decisão fosse vetada em dezembro passado e fosse reduzida de 11 anos de reclusão para um ano de suspensão, enquanto as sete menores foram liberadas mais tarde.

Tradução por Marcieli Partichelli